domingo, 13 de setembro de 2015

Cartas publicadas - Lembrete à mim mesma.



Talvez, mais uma vez, eu tenha feito tudo aquilo que era pra fazer, é somente isso que sei fazer e, sinceramente, me pergunto todos os dias se eu não conseguirei fazer outra coisa, algo talvez que seja mais ético comigo mesma, desde o princípio e, depois é que seria ética com os outros. Incrível como eu sempre consigo! Essa parte de mim demonstra ser altamente eficiente, e como eu consigo talvez ainda seja um mistério para mim. Isso porque para todos os outros, a explicação seja mais intelegível, e eu não consigo ler essa parte do meu livro... por mais que eu me esforce, não consigo ler. Talvez sejam estes óculos... faz um tempo que estas lentes não mais conseguem me ajudar a enxergar. Mas de que serve enxergar se eu não consigo ler? E por mais que eu tente aprender, parece que insisto em permanecer ignorante, o que eu tenho de tão inominável? Sou precipitada, pretenciosa, ingênua por acreditar que as minhas boas intenções trazem algum benefício para alguém, e eu não consigo perceber outra coisa em mim mesma, até quando quero prejudicar alguém, penso imediatamente na minha consciência e nas consequências, todas as minhas personalidades falam ao mesmo tempo, e olha que eu sempre faço isso mesmo. Na verdade, olhem por mim, porque eu mesma não consigo fazê-lo. Tenho vergonha de me ver e de me sentir tão incapaz e idiota que não consegue fazer nada certo, tantas palavras jogadas fora... tantas oportunidades desperdiçadas, e é impressionante o quanto me convenço a cada dia que passa de que, na verdade, a única coisa que sei fazer bem é ser a melhor amiga dos meus amigos... só agradeço por não ter ultrapassado o limite da minha sanidade e pelo dom da escrita ( que eu sei que é mais um que não consigo utilizar de maneira sábia). Só não queria entregar o que é meu sem lutar, porque ainda tenho um coração que grita silenciosamente diante dessa hipótese, que também não sabe o por quê de tudo isso e, como todos os outros mortais, tem alegrias e tristezas. 
E como me ensinou um certo poeta: Tenho uma lágrima numa mão e um sorriso na outra.


quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Marca.dor



A dor marca de tal forma que criamos uma carapaça pra nos proteger de tudo e todos. É quase um escudo que impede que qualquer coisa nos atinja, inclusive o amor. 


Existem várias forma de sentir dor. Aquela física, que você cai e se machuca, rala o joelho, quebra um osso... e tem aquela dor que você não precisa cair, se cortar, se quebrar... aquela dor da alma, que consegue ser bem pior que a dor física. 
Tem aquela dor que você sente quando termina um relacionamento e fica mal por dias, a dor de perder alguém que ama, como a morte de alguém da família, um amigo, um ídolo... tem aquela dor que você não sabe bem porque ela existe, mas ela tá alí, mesmo você estando ao lado de quem ama... é aquela dor/sofrimento que tá atrelada ao amor intenso, exagerado, muito doado. Me pergunto sempre por que quando amamos muito alguém, sofremos por esta pessoa. Sofremos por criar expectativas, por achar que fizemos algo errado, por achar que magoamos a pessoa... aí vem todos os grilos na cabeça e toda aquela história que vocês já estão cansados de escutar, que o amor e o sofrimento andam de mãos dadas e uma hora ou outra te machucarão. Aí é onde entra a dor. Porque dói mesmo sofrer por amor. Mas se o amor existe pra nos dar uma sensação boa, por que sofremos? É contraditório um sentimento tão lindo nos causar felicidade e dor ao mesmo tempo. Algumas pessoas aprendem a lidar com a dor que o amor causa e passam a não sentir mais, de forma que conseguem conviver com as duas sensações. Outras sofrem tanto que acabam desiludidas e fechadas numa couraça tão resistente que não conseguem amar ninguém nem muito menos se deixar amar.


Essa frase acima faz parte da letra da música 'O poeta está vivo' do Frejat e sempre que a escuto, lembro o quão o ser humano, na sua fragilidade, é semelhante uns aos outros. A gente fica mais sensível, mais poeta, com a cabeça mais aguçada e mais criativa pra criar. Eu digo por experiência própria. Nas épocas em que estou mais retraída, triste, voltada pra dentro de si, é a época em que mais escrevo, crio, penso, consigo textos legais pra cá. Tenho muita coisa guardada em rascunhos por terminar, mas sem inspiração pra isso... nessas horas em que estou 'de fossa', gosto de reler o que escrevi, reajustar algumas coisas, concluir... sei lá porque isso acontece... mas experimentem alguma vez escrever nesses momentos... parece que a mente flui mais fácil. Artista tem muito disso... gosta de sentir a dor na alma pra criar/interpretar/cantar/escrever. Já ouvi muitos falarem que causaram brigas, terminaram relacionamentos pra sentirem a dor real na carne/alma e conseguirem a inspiração necessária. 


Tem gente que acha que porque não tem sangue espirrando, não há dor. Dor não aparece só quando há sangue, a dor pode ser na alma, no coração... é a pior dor, aquela que não te deixa ver o ponto de partida dela, o foco, o motivo. Aquela que você não pode sanar com um remédio, um analgésico. Tem gente que acha que é frescura sentir esse tipo de dor... não é! A dor do outro nunca dói em nós, e é por isso que não devemos nem podemos julgar o que o outro sente. Quando você achar que é drama, pare um pouco e pense nas suas dores não compreendidas. Pense o quanto elas doeram em você e o quanto os outros a ignoraram simplesmente por não doerem neles. 



E não adianta as pessoas dizerem que temos que 'deixar a dor de lado' e seguir em frente... tem dores que marcam tanto que precisam ser sentidas, a ferida precisa ser bem curtida pra que depois de um tempo a dor já não seja mais sentida, ou que nos acostumemos com ela. Há treinamentos de soldados que você aprende a lidar e a controlar a dor de forma que, mesmo sentido, aquela dor não te impede de fazer nada. Ela tá alí, mas já não te atrapalha mais em nada. Às vezes ela precisa ser realmente sentida pra que não faça mais sentido e possa te deixar continuar tua vida.
Esses dias eu tava bastante 'sentida' com mais uma daquelas oportunidades que deixei escapar pelas minhas mãos e tava me culpando muito por isso, porque optei por estar com o coração e a consciência limpa ao invés de ter um sonho realizado. Fiquei cerca de uma semana muito mal, muito triste, chorava dia e noite, mesmo sabendo que havia tomado a decisão correta. Você, leitor, deve estar se perguntando: Então por que ficou mal se tomou a decisão que achava ser a correta? Oras! e nem tudo que é certo é bom! nos faz bem! nos é prazeroso... Tem decisões que, apesar de corretas, doem na gente. É a segunda vez que desisto de um sonho, que abro mão do que quero muito pra não desagradar/decepcionar pessoas que gosto/amo. E durante esta semana de 'dor sofrida', muita coisa passou pela minha cabeça, inclusive o questionamento: Será que as mesmas pessoas que evitei decepcionar abrindo mão do meu sonho, fariam o mesmo por mim? Não sei se terei algum dia esta resposta, mas preferi não me martirizar mais ainda com isso. Há certas respostas que é melhor não procurarmos...


Foi por me colocar no lugar das outras pessoas que tomei a decisão que me deixou dias mal. Foi pensando nas pessoas que amo que decidi não realizar aquele sonho, por mais que eu quisesse, por mais que fosse aquilo que meu coração esperou realizar no final do trabalho... eu optei pelo coração em paz.


A maneira que encontrei pra colocar toda essa dor pra fora foi botando o dedo na ferida, e uma das formas de fazer isso foi ouvindo música... aquelas de sentar no meio fio com uma bebida barata e chorar enquanto vira toda a garrafa, na esperança da dor sair junto com a sensação de perda. Sim, porque dor dá uma sensação de perda terrível! Não sei explicar muito bem os motivos. Detesto sentir essas coisas!! rsrsrs 



Mas posso dizer que depois que você aprende a lidar com toda essa dor, o sentimento passa e o que tem de voltar pra você, volta bem melhor e mais bonito do que quando você deixou ir... E aí vem aquela clichê: Deixa tudo livre e solto... deixa ir... o que é pra ser seu volta sem que você precise prender consigo. E se preciso for, sinta a dor! Deixe ela doer até você não sentir mais nada e ela se tornar insignificante pra você. A gente guarda muito as dores e quando percebe, elas voltam mais fortes, como se tivessem criado anticorpos, sei lá! Melhor sentir logo tudo de uma vez, rasgar a alma e expor a ferida que guardar o desnecessário. Lembre-se que na nossa bagagem só merece ir o essencial, nada mais além disso.


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Procurei você



Quando percebi
Te achei dentro de mim
Mais do que uma lembrança
Uma simples recordação
Não podia ser outra coisa
A não ser você

Mas não era você
Filosoficamente falando
Embora a cada vez que eu sentisse
Fizesse uma certeza
Cada vez mais certa
De que não poderia ser mais nada
A não ser você

E nesse momento
Em que filosofar se mostra inútil
Onde até as regras gramaticais não se entendem
Posso descobrir que não há nada melhor
Do que ter você
Do jeito que for.


Procurando a menina poeta que existe dentro de mim...




Tem dias que você só quer ficar quieta no teu canto, no teu mundo, sem falar, sem ter que dar mais explicações, só ficar. Às vezes é bom se recolher, sair de cena, à francesa, deixar o palco...
De uns tempos pra cá não tenho conseguido escrever como antes... e hoje estava me questionando justamente isso: Onde está aquela Deyse que gostava de escrever textos, que tinha mil ideias na cabeça, que escrevia dias seguidos, que gostava de ler textos e de cuidar deste blog pessoal aqui? E confesso que sinto muita falta dela, porque ela externava os sentimentos, rasgava a alma por inteira com as palavras e se revirava do avesso pra escrever. Ela está perdida em algum lugar dentro de mim, eu sei, mas ainda não consegui trazê-la de volta. Achava eu que estava com bloqueio criativo quando na verdade eu me perdi mesmo de mim. Quero resgatar aquela menina que sentava com caneta e papel e escrevia tanto que tinha um calo no dedo do meio, que falava de sentimentos com a alma nua, aquela menina poeta que achava que o mundo seria mais bonito se ela o vestisse de poesias...

E nas madrugadas eu tento encontrá-la...





terça-feira, 11 de agosto de 2015

Expectativas: Você as cria e elas acabam com você




Quem nunca criou expectativas que atire a primeira pedra!
Todo mundo já criou expectativas em cima de pessoas, situações, coisas, e depois se decepcionou porque não teve estas correspondidas. Mas aí eu pergunto: Será mesmo que deveriam ser correspondidas... por outros?? De quem são as expectativas? Como você cria algo e delega a outros a obrigação de correspondê-las? Tem algo errado aí...



Temos a mania de esperar sempre que os outros façam aquilo que achamos ser corretos e cabíveis, mas esquecemos que as outras pessoas não são obrigadas à corresponderem ou suprirem nossos desejos e vontades. Usaria aqui até uma piadinha infame e diria: Foi tu quem fez/criou, então cuida dela! 
Ninguém tem obrigações com coisas que não criou, concorda? Assim como nenhum de nós temos obrigação de corresponder às expectativas de ninguém. Somos livres e por este motivo não somos obrigados à nada (A NADA! AHAHAHAHA) 


Virou piada esta frase, mas é a mais pura verdade. As expectativas são nossas, portanto, de nossa total responsabilidade e somente nossa. E por mais que você espere que alguém corresponda por achar que é a coisa certa ou porque você acredita que mereça isso, ainda assim ninguém é obrigado à corresponder. 


Confesso que já criei muitas expectativas em cima de pessoas que nunca corresponderam. E sofri por isso...muito! Mas me perguntei se estas pessoas realmente tinham culpa da minha tristeza e frustração, e cheguei a conclusão que: Nenhuma. Absolutamente nenhuma culpa. Esperar por coisas que você acredita que vai receber é, no mínimo, deprimente e irresponsável de nossa parte. Aliás, eu diria que, qualquer expectativa que se crie é, no mínimo, um atentado contra nossa própria felicidade. 



Mario Quintana estava completo de razão quando disse isso. Não viemos à este mundo pra satisfazer as expectativas de ninguém e vice versa. E eu sei que nem sempre é fácil fazer este exercício, mas é importante que, quando as coisas não acontecerem da forma que você acha que deveriam, não culpe ninguém, além de você mesma por isso. Sim! você mesma! Porque o mundo de Poliana foi criado único e exclusivamente por você. Ninguém disse que deveria ser assim. Só você que achou que deveria, então por que culpar outros por isso? Se você quer fazer algo por alguém, faça, mas faça sem esperar nada em troca. Faça sabendo que você pode tanto receber reconhecimento quanto não. E isso é totalmente comum e corriqueiro. Muitas vezes você se empenha em algum projeto junto com outras pessoas e no final dele você recebe um 'Hey, obrigada!' ou nem isso. E... é muito comum! Acontece! Não dá pra ser reconhecido todas as vezes que você quiser... você não é o centro do universo nem muito menos o sol. Isso cada um de nós precisa entender. Infelizmente é assim.


É uma piada engraçada, mas com fundo de verdade (Adoro isso!). Cria um gato, pô! um cachorro... não cria expectativas! elas acabam contigo depois...



Taí algo que merece ser criado sempre: maturidade. Aprender e crescer com as lições e as decepções que sofremos na vida. Sofrer me acrescenta algo? Mas é lógico!!!! Sofrer nos faz perceber coisas e situações sob ângulos que nunca perceberíamos se não passássemos pelas decepções. Eu sei que é difícil! Eu sei que fazer este exercícios não é lá das mais fáceis missões, mas... se não tentarmos todos os dias, dificilmente vamos compreender tudo isso. 


É muito mais interessante fazer as coisas sem esperar nada de volta. O sofrimento se anula. A felicidade não vai embora. Você vive com menos peso e a leveza te faz ir mais longe e sorrir mais. 
Pense nisso!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Os excessos que carregamos

Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói.
Lya Luft

Tem dias em que dá vontade de sentar na frente do computador e escrever até os dedos não aguentarem mais. Eu sinto que as palavras se multiplicam na minha cabeça, as ideias transbordam o pensamento, e sinto que preciso colocar pra fora de algum jeito... e quando não escrevo, choro. Pra muita gente, o choro remete à tristezas, sentimentos ruins... pra mim é mais uma forma de aliviar tensões acumuladas, palavras não ditas, sentimentos em excesso, energias não compartilhadas... chorar nem sempre significa que algo vai mal. Pode ser também desprendimento. 



Desprender-se de coisas que a sua alma e o seu coração já não podem carregar. Costumamos carregar muita coisa desnecessária conosco, mas esquecemos que quanto mais coisa acumulada, mais pesado e mais demorado é pra caminhar. Pesos desnecessários sempre causam dores desnecessárias. É preciso escolher bem aquilo que carregamos na bagagem da vida. Priorizar aquilo que realmente importa. Há um pensamento de uma escritora/poetisa cujo nome não me vêm à mente agora (eu ando com bloqueio muito grande ultimamente) que diz: " A vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, agradáveis surpresas em muitos embarques e grandes tristezas em alguns desembarques." É de um texto muito bonito que conheci através de uma amiga muito querida, anos atrás. 



Se a vida é uma viagem, e nós passageiros de um trem, temos direito a algumas bagagens. Algumas pessoas conseguem viajar apenas com o que é realmente necessário, sem mais, sem menos, o necessário pra ser feliz, pra caminhar sem pesos, pra se locomover com mais facilidade que muitas outras. às vezes cabem em uma bagagem de mão, outras em uma mochila, às vezes até numa necessaire, mas é sempre uma mala pequena e com um conteúdo restrito e necessário a fim de não atrapalhar o deslocamento. É aquela gente que não carrega quase nada da vida, nem mágoas, nem pessoas em excesso... só o que realmente importa e a faz feliz. Outros viajantes acabam por exceder o volume de malas e o limite permitido, e precisam pagar uma taxa pelo excesso de peso. Outros simplesmente não conseguem desapegar de velhos sentimentos e lembranças e fazem de tudo pra carregar a vida toda em uma mala, por vezes sem alça, que atrapalha na hora de apreciar o caminho. Gente que carrega tudo e todos consigo, independente se este te fez mal, bem, se são sentimentos ruins, bons, tristeza... aquelas pessoas apegadas a tudo e a todos. Nem sempre vale a pena. Tem gente ainda que insiste em colocar tudo num baú e torcer pra permitirem que coloquem no trem. Há a esperança de que cada coisa que sentir saudades poderá ser encontrado ali dentro. 



No fundo não sabemos bem o que levar... as coisas, os sentimentos, as pessoas... nunca sabemos. Já é tão difícil definir o que levar numa viagem de final de semana, já pensou em como seria arrumar uma mala para a vida toda? Ter que fazer escolhas, deixar coisas e pessoas pra trás, desapegar, desprender... pra sempre?! Tem gente que não consegue fazer essa mala... e tem gente que é a própria mala! Sem rodinhas, sem alça, com zíper arrebentado e rasgando quando tentamos viajar com ela. 
É difícil saber o que levar e o que deixar, mas um dia a gente aprende!

domingo, 7 de junho de 2015

O Encanto do Abraço



Abraço é coisa tão séria que não se empresta, se dá. E quando os corpos se encostam, todos os chakras se tocam. Abraço é coisa tão séria que junta os dois corações: pode ecoar para sempre ou esvaziar por inteiro. Pois quando a gente abraça, traz para dentro a pessoa: com bagagem, passado, infância, viagens e o principal: seu perfume espiritual. E o que recebemos nem sempre é o que damos, por isso alguns são afagos que nutrem por um longo tempo e outros, desespero pra matar a fome, um devoramento. Recuso abraçar levianamente, abraço com meu enrosco de afeto demais, amor puro, corpo colado para o abraço ser sentido, ter sentido. Abraço que é de verdade pode até ser dado de longe, pois ultrapassa as esferas e desconhece distâncias, é todo feito de encontro. Abraço é coisa tão séria que há de ser doce, leve, divertido, espontâneo, mesmo quando acalanto, colo ou celebração. A gente agarra por impulso de carinho porque a sintonia é a mesma. E quando o abraço termina, quando ele é dado de graça, fica a cosquinha no peito, uma brisinha na alma e a harmonia instalada.
— Marla de Queiroz. 

Já pararam pra pensar na energia que se troca quando se abraça alguém? "...Quando a gente abraça, traz pra dentro a pessoa..." é lindo isso, né? Ainda mais quando a  pessoa que levamos pra dentro de nós é a pessoa que a gente gosta, ama, admira. Talvez seja esse o motivo do perfume da pessoa ficar na gente por tanto tempo. 
Vou contar um fato que ocorreu comigo meses atrás e me fez parar um pouco pra refletir sobre o abraço. Eu sou aquele tipo de pessoa dada à todos no sentido de distribuir gestos doces mesmo a quem não conheço. Além de educação, é uma maneira de praticar o bem. Da mesma forma que doamos carinho, também recebemos, por vezes, carinho de desconhecidos. Eu, pelo menos, recebo vez em quando. Um simples elogio é um carinho.



Às vezes eu me apego ou me afino (afinidade) com uma pessoa, mas nem sempre aquela pessoa tem a mesma reciprocidade, (e isso eu preciso aceitar), mas o fato é que eu doo amor e carinho assim mesmo, porque quando eu pratico isso, também faço o bem à mim mesma. Pois bem, voltemos ao fato. Essa pessoa (da situação que vos conto) é muito na dela, calada e observadora, mas é uma pessoa extremamente carinhosa e acolhedora com quem gosta. Me vi muito nela e talvez esse seja um dos motivos de eu ter gostado tanto dela. O fato é que houve um episódio em que me chateei com uma falta de comunicação e acabei me irritando momentaneamente com a pessoa. 
Logo mais tarde a pessoa veio em minha direção e quando me virei ela tava na minha frente. Sem raciocinar e no impulso (será que foi impulso?) abri os braços e a trouxe pra perto de mim. O abraço foi tão forte e tão demorado que quando 'nos soltamos' parecia que tínhamos conversado por horas! Aquela sensação de felicidade invadindo que não sei explicar pra vocês. Percebi que a pessoa ficou um pouco desconcertada com o abraço, sem entender muito bem o que tava acontecendo (até porque, como havia dito anteriormente, não temos intimidade ou amizade, somos apenas conhecidas), mas acredito que tenha feito bem á ela. Espero que sim, porque à mim fez muito bem. Me senti muito bem, como se a felicidade tivesse nos envolvido naquele abraço e costurado algo bom com a linha do amor. Poucas pessoas a quem abracei senti isso. Como se nossas almas já se conhecessem de outros mundos, sei lá, melhor nem adentrar nesse assunto.  Mas há algo nessa pessoa que me é bastante familiar, mas que ainda não consegui identificar. Quem sabe um dia...
Quando uma pessoa chora e você a abraça, acredite! se o abraço foi realmente sincero e dado com amor, a pessoa vai se sentir um pouco melhor. A energia que você doou à ela vai fazer com que ela se sinta acolhida e vai aliviar, nem que seja minimamente, aquele sentimento ruim. O abraço acolhe, afaga, acalenta. 

Mas como eu vou saber se o que eu tô deixando pra pessoa na hora do abraço vai fazer ela se sentir bem?

 Pensa em coisas que te deixam feliz, pensa em lembranças que te fizeram vibrar de felicidade. Pensa positivo! rsrsrs O coração da gente é quem vai enviar coisas boas na hora do abraço, é ele quem tem que estar limpo e feliz. 
Eu já recebi um abraço e me senti mal depois dele, podem acreditar! Minha energia foi doada, mas o que eu recebi não me fez bem. Eu chorei bastante. Foi bem estranho. Não desejo à ninguém a experiência. Mas também já recebi abraços que me deixaram feliz por horas. Tudo vai depender do coração que encosta no teu. De como está aquele coração. Às vezes a pessoa que te 'passou' uma energia baixa pode ser a pessoa que você menos esperava que faria isso. Mas não é porque ela quer, mas porque ela pode não estar bem e precisando de energia boa pra equilibrar o coração. É aí onde você e seu coração cheio de amor entram. Doar um pouco de si pra alguém também faz bem. eleva o espírito e nos torna pessoas melhores. E não se preocupe em receber a energia da pessoa trsite, porque quando o coração está cheio de amor e recebe aquela energia, rapidamente ela é neutralizada. A gente só se sente mal quando a nossa energia também não está 100% bem. Foi o meu caso nesse dia que chorei depois de um abraço.



No mais... abracem muito! sempre que puderem! doar amor e dividir energia com quem precisa é sempre muito bom, nos acrescenta e nos torna pessoas melhores.


Se ninguém te ouve, Escreva!


Vi essa imagem no tumblr, mas não sei quem fez. De toda forma, achei a frase bem verdade e que se encaixa bem nesta que vos escreve. Acho legal escrever pra desabafar. Ainda mais se tratando de minha pessoa que fala pelos cotovelos e, às vezes, fala até demais.
As pessoas nem sempre estão dispostas à sentar e te ouvir por completo. Muitas delas até têm a boa vontade de te ajudar, mas chega uma hora que elas perdem o interesse ou a paciência. Não por serem chatas ou incompreensíveis, mas porque  realmente cansa ser os ouvidos pra alguém. Quando eu era mais jovem, uma amiga me aconselhou a escrever cada vez que eu quisesse desabafar sobre algo. Que pegasse papel e lápis (hoje a tecnologia me ajuda nessa parte. Posso digitar e deixar guardada aqui no meu blog pessoal) e escrevesse absolutamente tudo que viesse à minha cabeça, mesmo que não endereçasse isso á ninguém, somente escrevesse sem preocupação nenhuma. Não me preocupando em ser mal interpretada, ou se seria lida ou não por alguém, mesmo que fosse algo desnecessário... é que a gente guarda dentro de si tanta coisa que desabafar, mesmo que escrevendo, faz bem. Liberta a alma e tira um peso enorme das costas e do coração. E ainda desocupa aquela pessoa que você procuraria pra conversar.



As pessoas não conhecem nem a metade do que sou. A gente não consegue ser 100% transparente nem que quiséssemos, simplesmente porque não dá mesmo pra ser assim. Somos muito mais do que fazemos ou falamos. Nosso particular (interior) é infinito e mutável. À todo momento a gente descobre algo novo que nunca havíamos visto ou pensado existir em nós. Essa semana eu me peguei aqui mais pensativa e serana, razão pela qual me fez visitar meu blog pessoa que estava abandonado, coitado. Quando estou nesses momentos de reclusão eu gosto de escrever. às vezes as coisas ficam sem sentidos e as ideias se misturam, mas no final acabo colocando pra fora algumas coisas que são desnecessárias e que não precisam mais ficarem guardadas dentro de mim... pessoas, momentos, lembranças, sonhos, projetos... há coisas que por mais que você ainda queira levar adiante, não estão predestinadas à se realizar. Há coisas que não dependem mais de você e por mais que você tente, não há sentido guardá-las consigo... deixe-as ir...


Deixar ir também inclui pessoas. Há pessoas que passam na nossa vida e que não necessariamente devem ou vão ficar/permanecer. Acredito muito na ideia de que elas entram em nossa vida pra nos trazer e/ou ensinar algo. Faz parte da nossa missão na terra. Elas nos trazem, nos ensinam o que precisamos aprender e depois se vão. Ajudar e ensinar outras, talvez. Você também já foi alguém que trouxe e ensinou lições na vida de outras pessoas e também partiu da vida delas. Antes eu não aceitava isso, ficava revoltada com as pessoas por 'me deixarem, me esquecerem', mas depois eu compreendi que eu não posso prender ninguém nem muito menos ser dona delas. Você também não pode obrigar ninguém à gostar de ti. As pessoas chegam até você de forma natural, quando têm afinidades... você pode encher a pessoa de presentes, mensagens de carinho, abraços apertados e dar atenção 24hs do dia... mas se ela sente não ter afinidade contigo, de nada vai adiantar todo o seu esforço. Amigos também são borboletas. Chegam devagar e quando você percebe já são grandes e próximos.

Mas não consigo escrever!

Consegue chorar? Então chora. É uma forma de aliviar o peso do coração também. Por mais que, à priori, você não tenha ideia do que tá sentindo ou que aquilo signifique algo, se te alivia, chora. Toda forma de aliviar o peso desnecessário que a gente carrega é válida. Mas, além de esvaziar os espaços, também é preciso que o coração esteja aberto pra arejar e pra que coisas boas entrem no lugar daquelas que saíram. Também não é bom que o coração fique com espaços vazios, mesmo que tenham sido desocupados por pesos desnecessários. Coisas boas não pesam. São as que devem ocupar seu coração... pessoas queridas, amores correspondidos, alegrias, sentimentos bons, lembranças felizes... e só.


sexta-feira, 5 de junho de 2015

Dos carnavais, o Melhor!

Março, 2015

E sem dúvidas alguma esse foi o melhor carnaval da minha vida. Não, senhores! eu não a encontrei, não cheguei perto, muito menos falei pessoalmente com ela, mas o carinho que ela me deu neste carnaval eu simplesmente não terei NUNCA como retribuir. Nem nos meus sonhos mais loucos e surreais de fã eu imaginaria isso. 
Em novembro de 2014 eu relatei pra vocês que fui num show dela em Gravatá/PE e levei um bonequinho do papai noel, ela me pediu brincos pra usar no carnaval e brincou que queria ganhar o Papa em porcelana fria, porque (contei no post pra vocês) eu havia feito pra ela as três Fafazinhas que cantaram para os três Papas. Eu me comprometi a fazer e fiz mesmo. 



Fiz não um, mas três Papas, afinal de contas ela cantou pros três e não seria justo fazer um só. Fiz também uma Fafazinha com uma das fantasias que ela usou num carnaval no galo da madrugada de 2012 (eu acho) que também é capa do EP dela de músicas de carnaval.
Só que eu sabia que em época de carnaval era impossível encontrar com ela ou entregar pessoalmente, porque ela simplesmente não pára um minuto e, quando tem um tempinho de folga, vai descansar e dormir (mais do que justo, né?!) então enviei tudo por duas pessoas que eu sabia que teriam acesso à ela de um jeito ou de outro. Fui completamente ciente de que, se eu tivesse de vê-la, seria num show que ela faria ou no desfile do Galo da Madrugada, já que eu estaria num camarote esse ano e ela num dos trios. Esses eram os meus planos.
E de fato foi isso que aconteceu. Acompanhei os shows dela pelo instagram e outras redes sociais, mas não tive como ir a nenhum porque o lugar onde eu estava ficava muito longe e carnaval a cidade fica muito cheia e o pessoal ahou muito trabalhoso... OU SEJAAAA eu me dando mal mais uma vez ahahahaha ok. Eu supero.
Cheguei na sexta a noite, fui pro recife antigo, mas voltei cedo, porque o sábado era dia de Galo da Madrugada e eu estava mega animada, porque sabia que iria vê-la (ou não!) rsrsrs Digo isso porque o camarote que eu comprei ficava bem no começo do desfile e ano passado lembro-me que ela só subiu no trio um pouco mais na frente. Mas meu coração tava dizendo que eu teria uma surpresa naquele dia. Posso dizer pra vocês que foi bem engraçada a situação, mas foi lindo! A Fafá tem essa capacidade incrível de causar essas sensações em mim. Uma linda! Uma maravilhosa!



Fomos pro camarote eu, meu marido, irmã e cunhado. Ok, até aí tudo bem. Começou o desfile e a gente tava de boas por lá. Tinha a lateral do camarote e a frente. Todos resolveram ir pra frente e eu, por algum motivo que eu não consigo explicar até hoje, preferi ficar na lateral. Talvez por ser melhor de fotografar ( ser melhor para pessoa baixinhas por não ter muita gente nas laterais), não sei muito bem ao certo, mas sei que algo dizia pra eu ficar por lá. Comecei a fotografar e começo a ouvir 'Frevo Mulher' bem longe e toda hora na minha cabeça uma voz dizia: 'essa voz é familiar', só que eu não conseguia associar isso à nada kkkkk 
A voz foi ficando cada vez mais alta e o som chegava mais perto. Eu continuava fotografando tudo e todos. De repente um estalo e a ficha caiu! Reconheci a voz dela e comecei a tremer, as pernas ficaram descontroladas e os olhos procuravam desesperados pelo trio. Tava quase dobrando a rua pra entrar na rua lateral (a lateral do camarote) A euforia e a alegria tomaram conta de mim no momento e eu só conseguia fotografar cada segundo que se passava.
A sequencia que fiz foi esta (o moço do boné apareceu em quase todas! ahahahah):


Essa foto foi exatamente quando percebi que era o trio que ela estava que se aproximava. Nessa hora eles estavam cantando 'Frevo Mulher' e a ficha caiu (junto com minha emoção e estrutura ahahahaha) A sequencia de fotos abaixo eu fiz a medida que ela se aproximava.












 Tá. Eu tava fazendo todas estas fotos e não prestei muito atenção nem muit menos imaginaria que ela, apesar de estar em cima de um trio no meio de milhões de pessoas, conseguiria reconhecer rostos. MORRI MIL VEZES E FIQUEI NO CHÃO quando ouvi um grito: "SENHORITAHDEYSE!" MDDC! eu escutei isso? SOCORRRRR ALGUÉM ME AJUDA PELAMORDEDEUSSSSS ahahahaha foi mais ou menos essa a sensação na hora! 
Eu fiquei tão desnorteada que não sabia se fazia foto ou se pulava ou se morria ou se gritava ou se comemorava, mas... quando olho pros lados percebo que nenhuma das pessoas com quem eu cheguei no camarote estavam comigo ahahahaha o jeito foi comemorar com o povo que tava perto que, quando percebeu que ela acenou pro lado que eles estavam, bateram palmas e acenaram também pra ela! Digamos que dividi aquele momento de felicidade com as outras pessoas também.
E eu consegui fazer uma foto do momento exato que ela me avistou no camarote e gritou meu nome:


Talvez por este motivo eu tenha ficado na dúvida depois se ela falou mesmo meu nome. É, eu fiquei na dúvida, porque é muito barulho na hora e também fiquei me perguntando como que uma pessoa em cima de um trio vai achar uma pessoa conhecida dentre milhões alí misturadas... juro que fiquei na dúvida, mas a felicidade tava tão grande que eu só fui pensar sobre isso a noite quando voltei pra casa. Aí mandei um tweet pra ela que rapidamente fui respondida, minha duvida foi tirada e a felicidade só triplicou depois.


Ai, gente! como faz com tanto amor? Como pode uma pessoa ser tão maravilhosa assim e me achar no meio de milhões de pessoas?




É muito amor, gente! Por isso que disse que nem nos meus sonhos mais loucos de fã eu imaginaria algo parecido. A Fafá é surpreendentemente maravilhosa! Assim mesmo, superlativamente encantadora. Ela consegue surpreender a todos. Por isso amo, sou fã e admiro muito. Pra completar ela ainda posta no insta as fotos de alguns brincos que dei pra ela (lembram das coisas que falei que havia enviado pra ela? pois é!)



Como não amar, me fala? Impossível, gente! não tem como não amar a Fafá! Ela é incrível! Amo mesmo e não nego á ninguém isso!
Não consegui vê-la em nenhum dos shows que ela fez, mas meu coração tava em todos e a minha felicidade transborda até hoje por tudo que ela me proporcionou, mesmo que de longe. Foi um gesto muito lindo da parte dela que fez o meu carnaval ser o melhor de todos pra sempre!