domingo, 9 de fevereiro de 2014

A Imtimidade É Uma Merda!



Ontem estava conversando no grupo do watsapp e no bate papo do Facebook com algumas amigas quando adentramos num assunto do qual eu sempre tive vontade de escrever, porém nunca conseguia passar a ideia do que penso sobre. Espero conseguir hoje com esse texto.
As pessoas acham que a melhor coisa que existe no mundo (de um fã) é poder ser próximo ou íntimo do seu ídolo. Poder ser amigo, ter o telefone, ser seguido por, conhecer pessoalmente… e até é, de certa maneira, quando não ocorrem excessos. Eu, na minha condição de fã e/ou admiradora, também acreditava nisso piamente e achava o máximo quando percebia a minha proximidade com quem eu admirava. Pra gente que é fã, isso tudo é o ápice e a magnitude do sonho que carregamos. É também um momento gratificante por todos os esforços e loucuras feitas pra chegar perto daquele que é, pra o fã, a inspiração. Não gosto de tratar como ‘ídolo’, porque me soa idolatria e eu não consigo digerir esse significado. Prefiro tratar como ‘aquele(a) que admiro’. Admiração é um sentimento bem mais saudável e se encaixa melhor no que eu penso e no meu agir sobre a pessoa.
Estávamos falando sobre como é bom ter a pessoa que admiramos por perto e esta saber da nossa existência e receber o nosso carinho. Como é bom relembrar e ter fotos que eternizam esses momentos com ela.  Nessa conversa acabei descobrindo que tenho coisas em comum e de uma forma indireta, faço parte do círculo de amizades das pessoas que admiro. Mas se pararmos pra analisar esse fato, talvez cheguemos à conclusão de que nem sempre isso é uma coisa totalmente boa. Posso estar falando bobagem, mas falo com experiência no que já vivi e no que já passei sendo ‘íntima’ de uma pessoa da qual tenho admiração e carinho. E usando a frase que simplifiquei tudo isso na conversa com minhas amigas: A intimidade é uma m**da! Nem sempre ter acesso à pessoa, significa felicidade e amizade plena. A rotina, o dia a dia, a convivência e a intimidade fazem com que a nossa percepção e nossas impressões sobre a pessoa mude, e não digo: ‘deixei de gostar!’, mas ‘A percebo com outros olhos, os olhos da realidade de como ela é’. Porque é tudo muito bonito quando você só conhece aquilo que a pessoa te deixa conhecer. Aquilo que ela se dispôs a te mostrar. Às vezes o lado bonzinho e carinhoso. Às vezes o lado mais afoito, mais justiceiro. Aí quando você passa a conviver com essa pessoa, descobre que a doce e meiga também tem seus dias de fúria e incompreensão, tem seus dias de fraqueza e ser humano falho (porque é assim que o ser humano é composto: defeitos, qualidades, personalidade, manias…). E passa a perceber coisas que de longe não percebia. Só quem convive sabe a realidade. Por um lado isso é muito bom, porque a partir dessa experiência, percebemos que aquela pessoa da qual nutrimos um carinho e admiração, também é um ser humano comum, que passa pelas mesmas coisas, que tem atitudes e fazem bobagens tanto quanto nós. Por outro lado, não deixa de nos decepcionar (decepcionar aquela ideia equivocada que fazemos da pessoa, achando que ela é diferente do comum, que é ídolo, deus, digno de um altar, etc), porque os defeitos começam a ficar aparentes e temos um choque de realidade por percebermos que admiramos um ser humano comum e não a divindade que nossa cabeça e nossa fantasia criaram. Mas como diz sempre a minha mãezinha: Não há um mal que não nos venha para um bem. Apesar de perceber isso tudo, crescemos mental e espiritualmente, e passamos a enxergar aquela pessoa como ela é e como ela quer ser vista: uma pessoa como nós que ri, chora, tem amigos, família, que erra, que ensina, que tem uma vida por trás do que faz ou dos flashes, câmeras e tapetes vermelhos. Muita gente não percebe isso, porque há uma diferença no peso das nossas palavras, atitudes e nas da pessoa famosa. O que elas dizem ou fazem pesam muito mais do que o que nós dizemos e fazemos. Pesar onde? Eu me pergunto… digo isso em relação à grande influência que essa pessoa exerce em relação à mídia. Nós, anônimos, falamos um monte de bobagens nas redes sociais, mas gente famosa não pode (pode, mas não deve, na verdade) falar, porque isso vai gerar polêmica e a sociedade puritana não aprova. Eu não gostaria de ser famosa, sinceramente. Gosto da minha particularidade e privacidade. Não sei se seria uma ‘famosa exemplo’. Até porque nem tem esse ser humano perfeito e exemplar. Nosso erro é criar e fantasiar aquilo que achamos ideal em cima de uma pessoa, e nos decepcionar quando esta não atende às nossas expectativas. Sinto informar, mas nem a pessoa tem obrigação nem devemos idealizar ninguém. Goste da pessoa, mas por tudo que ela é e faz. Não goste porque ela é ‘ a artista mais bonita ou com o corpo mais lindo’, ou por ser ‘ o (a) cantor(a) da voz mais bonita e das músicas mais apaixonantes’. Até dá pra gostar por tudo isso, mas não coloque isso como motivo maior. Não dê preferência a coisas passageiras. Gosta de alguém pelo caráter que essa pessoa tem? Ótimo! Caráter, dignidade, humanidade… são coisas que o tempo e a idade não vão nos tirar nem tirar delas. Outra coisa que fazemos é nos doarmos demais às pessoas, principalmente quando se trata de fã. Que me desculpem os fãs dedicados e apaixonados, mas não é saudável fechar os olhos pros defeitos e erros e enxergarem (porque SÓ querem enxergar!) apenas as qualidades e o lado bonito e florido da pessoa que admiram. Elas são seres humanos antes de tudo, lembrem-se disso. Quando passamos por experiências traumáticas com ‘ídolos’ (porque antes do choque de realidade, eles são nossos ídolos), nossa mente expande e amadurecemos (mesmo que contra nossa vontade) nossas ideias e preferências.
Me tornei amiga de uma pessoa do meio artístico/televisivo e pra mim, na época, aquilo era a coisa mais maravilhosa que tinha me acontecido. Ser tratada como amiga por esta pessoa, pra mim, era motivo de orgulho, porque era bom ouvir e ler: ‘Ai, que tudo! Você é amiga dela!’ ‘Como você é chique, hein!? Amiga dela!? Nossa!’. Era muito bom ler isso, confesso! E aquela amizade, inconscientemente, estava mais pra troféu que pra outra coisa. É errado fazer isso. Essa lição eu aprendi e foi da forma mais dolorosa possível, mas isso é assunto pra outro texto. Passei a ter contato direto com a minha mais nova e tão querida amiga, e acabei passando alguns limites que, se eu tivesse um pouco mais de maturidade, não teria ultrapassado. Uma série de erros das duas partes foi acontecendo e terminou num ponto final na amizade. Final mesmo, porque hoje não nos falamos, sou ‘bloqueada’ nas redes sociais e nas minhas  tentativas de juntar os caquinhos do que restou da nossa amizade, ela decidiu que o melhor a fazer era chutar eles pra longe de si. Cada uma foi pra um lado e continuamos a seguir a vida da forma mais pacífica e proveitosa possível. Gosto dela ainda, mas senti que perto uma da outra, sendo (tentando ser!) amigas, não daríamos certo. Deixar partir também é uma forma de dizer que ama, que gosta. ‘Tirar da vida sem tirar do coração’. Saber dizer adeus à matéria e conservar o espírito e o sentimento dentro do coração, que é só o que fica mesmo no final das contas.
Meu recado hoje é pra quem acha que a intimidade com um ídolo ou pessoa que admira é vantajosa. Digo que nem sempre! Às vezes é melhor não ter isso e conservar o que se tem de bom entre as duas pessoas, do que entrar na casa da outra, bater um papo enquanto janta com ela e, meses depois, sequer trocar um ‘Bom dia’. É fato que: A Intimidade É Uma MERDA!

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